Injeção anterior de permanganato permitiu que a construção das torres fosse iniciada e concluída, sem o atingimento das metas de remediação estabelecidas, impedindo a obtenção do certificado de conclusão da obra (Habite-se) e consequentemente a ocupação, colocando em risco o patrimônio da empresa e dos proprietários dos imóveis.
Em um antigo terreno industrial adquirido por uma incorporadora no Estado de São Paulo para a construção de condomínio residencial composto por seis torres e 792 apartamentos, foram diagnosticadas plumas de solventes clorados com aproximadamente 200 x 100m de extensão com até 26m de profundidade, além de gases no subsolo provenientes da volatilização dos compostos. As concentrações chegavam a 27.000 µg/L de Tetracloroeteno (PCE).
Uma consultoria havia executado uma campanha de injeção de permanganato no local, o que permitiu que a construção das torres fosse iniciada e concluída. Posteriormente, o monitoramento analítico revelou o não atingimento das metas de remediação estabelecidas, impedindo a obtenção do certificado de conclusão da obra (Habite-se) e consequentemente a ocupação, colocando em risco o patrimônio da empresa e dos proprietários dos imóveis.
Diante deste cenário, a SGW foi contratada para reavaliar todo o projeto, finalizar a delimitação das plumas existentes, avaliar a melhor solução a curto prazo e implementar trabalhos de remediação com o objetivo de atingir as metas de remediação estabelecidas pela Avaliação de Risco à Saúde Humana (CMAs) de 296 µg/L para PCE, 1.100 µg/L para TCE e 127 µg/L para VC.
Considerando a urgência para liberação para ocupação do empreendimento, o projeto de remediação precisava ser eficiente e executado em curto espaço de tempo. A solução selecionada pela SGW envolveu a injeção do composto remediador EHC para promover a rapida Redução Química In-Situ (ISCR) no subsolo local. Este composto libera de forma controlada carbono orgânico e Ferro Zero-Valente, criando condições redutoras extremas e promovendo a degradação dos solventes clorados sem a geração de subprodutos. Também foi instalado um sistema de extração e tratamento dos vapores do solo (SVE), como medida preventiva para evitar o acúmulo de gases na subsuperfície e nos ambientes internos dos edifícios.
Com as torres já construídas, era necessário planejar as ações de remediação com o menor grau de intervenção possível. O processo de injeção foi realizado no interior das garagens subterrâneas dos edifícios, onde foram injetadas pelo método Direct Push 228 toneladas de produto remediador em 300 pontos, em profundidades entre 5 e 26 metros, na zona saturada do solo. Foram realizadas duas campanhas de injeção entre Julho e Setembro de 2010 e em Dezembro de 2010. O monitoramento posterior revelou a redução expressiva das concentrações dos compostos organoclorados e da extensão das plumas nas águas subterrâneas, e, em apenas 8 meses após as campanhas de injeção, as concentrações de organoclorados atingiram as metas de remediação CMAs.
Em Maio de 2011 o órgão ambiental estadual (CETESB) concedeu parecer técnico favorável ao uso e ocupação para fim residencial da área, condicionado à manutenção do monitoramento da qualidade das águas subterrâneas e do funcionamento do sistema de SVE, apenas em caráter preventivo. Como resultado dos trabalhos realizados pela SGW e em acordo com a CETESB, a prefeitura do município emitiu o Habite-se necessário para liberação da ocupação do empreendimento.
Comments are closed